quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Alquimia e a História da Química Orgânica

Para iniciar as postagens no blog, nada melhor do que entender como começaram os estudos da Química. Entender que para realizar uma reação química é preciso, além dos reagentes necessários, é claro, um certo grau de magia...sensibilidade, coragem, criatividade e muita paciência.

Como dizia Marie Curie: " Sou daquelas pessoas que pensam que a Ciência guarda uma grande beleza. Um sábio em seu laboratório não é apenas um técnico, é também uma criança, posto ante fenômenos naturais que o impressionam como um conto de fadas."

As substâncias encontradas na natureza eram divididas na antiguidade, em três grandes reinos:
· o vegetal,
· o animal,
· o mineral.

Tanto o reino vegetal como o reino animal são constituídos por seres vivos ou orgânicos.

Apesar de serem conhecidas várias substâncias extraídas de produtos naturais, a Química como ciência, teve início no fim da Idade Média com o nome de "alquimia".



Os alquimistas, como eram chamados os primeiros pesquisadores tinham por objetivos:

- Transmutação de "metais básicos" (chumbo, de modo particular) em ouro e prata - princípio chamado de "Pedra Filosofal";

- Descoberta do "Elixir da Vida", que curaria todas as doenças.

Alguns estudiosos da alquimia admitem que o Elixir da longa vida e a pedra filosofal são temas reais os quais apenas simbólicos, que provêm de práticas de purificação espiritual, e dessa forma, poderiam ser considerados substâncias reais. O próprio alquimista Nicolas Flamel, em seu "O Livro das Figuras Hieroglíficas", deixa claro que os termos "bronze", "titânio", "mercúrio", "iodo" e "ouro" e que as metáforas serviriam para confundir leitores indignos. Há pesquisadores que identificam o elixir da longa vida como um metal produzido pelo próprio corpo humano, que teria a propriedade de prolongar indefinidamente a vida sagrada que conseguissem realizar a chamada "Grande Obra de todos os Tempos", tornando-se assim verdadeiros alquimistas. e conferiria a imortalidade.

O médico Paracelso (Suiço) que também atuava no campo da alquimia, afirmou, que "o homem é um composto químico, cujas doenças são decorrrentes das alterações desta estrutura, sendo necessários medicamentos para combater as enfermidades."

Foi o início do uso de medicamentos para curar as enfermidades da época (séculos XVI e XVII).

Somente no século XVIII foram extraídas várias substâncias a partir de produtos naturais, além daquelas anteriormente conhecidas (vinho, fermentação da uva e os produtos obtidos pela destilação de várias outras substâncias).

Neste mesmo século - no ano de 1777-, a química foi dividida em duas partes de acordo com Torben Olof Bergmann:

- a Química Orgânica que estudava os compostos obtidos diretamente dos seres vivos e

- a Química Inorgânica que estudava os compostos de origem mineral.

Entretanto, o desenvolvimento da Química Orgânica era prejudicado pela crença de que, somente a partir dos organismo vivos - animais e vegetais - era possível extrair substâncias orgânicas. Tratava-se de uma teoria, conhecida pelo nome de "Teoria da Força Vital", formulada por Jöns Jacob Berzelius, que afirmava: a força vital é inerente da célula viva e o homem não poderá criá-la em laboratório."

Em 1828, após várias tentativas, um dos discipulos de Berzelius, mais precisamente Friedrich Wöhler, conseguiu por acaso obter uma substância encontrada na urina e no sangue, conhecida pelo nome de uréia.



(Friedrich Wöhler (31 de julho de 1800, Eschersheim/Frankfurt am Main - 23 de setembro de 1882, Göttingen) foi um pedagogo e químico alemão. Apesar de ter estudado em Heidelberg, interessou-se pela química mudando-se para Estocolmo para estudar com o químico sueco Berzelius. Em 1836 foi professor de química da Universidade de Göttingen.)





Estando no laboratório, Wöhler aqueceu o composto mineral "cianato de amônio" e obteve a "uréia", composto orgânico, derrubando assim, a Teoria da Força Vital.




Após o êxito desta experiência vários cientistas voltaram ao laboratório para obter outras substâncias orgânicas e verificaram que o elemento fundamental era o carbono.

Em 1858 Friedrich A. Kekulé definiu a Química Orgânica como sendo a parte da química dos compostos do carbono.

Atualmente são conhecidos milhões de compostos orgânicos e diarimente, devido às pesquisas para a obtenção de novas substâncias, o número de compostos orgânicos aumenta consideravelmente.
 


Vídeo:

Mundos Invisíveis: A Origem dos Alquimistas



 












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